sexta-feira, março 31, 2006

windows

enquanto uns amigos não aparecem por aí eu abro a janela, abro-a literalmente, penso no que não tenho, é sempre por aí que começo a escrever, principalmente se estou cansado, passei toda a tarde a transcrever uma conversa, as palavras no teatro têm esta tonalidade ocre de um discurso intransitivo, o écran das minhas memórias, vejo-me a balançar, sou a criança que brinca no pátio, agora sou assim, leve. Eu nunca te disse, porque nunca me perguntaste, e nunca me perguntaste porque sabes que se trata de uma resposta dificil, e tens esse hábito muito estúpido de me poupar às perguntas difíceis, eu sou capaz, digo-te há mais de quarenta anos, não precisas de aveludar a voz, de colocar esse olhar adocicado, enjoativo, olha-me de frente... (chegaram. vou descer. havemos de acabar esta conversa...)

3 comentários:

Anónimo disse...

há mais de quarenta anos, porra, Joaquim.

JPN disse...

gracias. muitas vezes me perguntam porque é que publico tão à pressa, ou não uso o corrector automático do word. é o meu segredo. tenho saudades de ti. devo ser dos poucos gajos bafejados pela sorte de terem um corrector automático que pragueja. até (h)à próxima

Anónimo disse...

O texto é "forte".

A resposta ao comentário está demais.