quarta-feira, abril 05, 2006
Apologia do "não fazer"
No outro dia estava a ouvir alguém falar sobre um grande fazedor, e dei por mim a abanar a cabeça em sinal de concordância quando ele exaltava as grandes virtudes do fazer coisas, afrontar interesses instituídos, arriscar sem ter medo de nos metermos no meio da confusão.
E depois, quando a cabeça já parecia um pouco um sempre em pé, abanando e reabanando, comecei a pensar. E lembrei-me de uma das condições do paradigma da comunicação da escola de Palo Alto: "Não se pode não comunicar!"
Também não se pode não fazer. Por isso, que não nos comova demasiado a demagogia fazedoura. A dramatização do fazer tem como efeito imediato a galvanização das células e dos átomos para esse equívoco de existir mas não produz muito mais do que isso. As coisas boas que fazemos continuarão a ser boas coisas não por terem sido coisas que fizémos, mas porque empenhámos nela toda a bondade de que somos capazes.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário