terça-feira, maio 23, 2006

A armadilha de Carrilho

Do ponto de vista do desenho do debate o Prós e Contras foi exemplar. Começou com Carrilho só e um Rangel prudente, a falar pouco. O debate passou-se entre as manifestações de personalidade de cada uns dos restantes. Pacheco Pereira a dizer que o problema é que, ao contrário dele, Carrilho não tinha autoridade para falar assim. Fátima Campos Ferreria com os seus índices e os seus Ora essas! O homem da Cunha Vaz Associados defendeu a empresa e provavelmente bem. O único que teve um gesto de altruísmo foi Ricardo Costa. Defendeu tudo e todos. As agências de comunicação. Os jornalistas avençados pela PT. E na sua defesa até atacou Fernando Lima porque este se tinha insurgido contra a cláusula que obrigava o DN a avisar a PT de noticias contra a empresa. Costa achou natural. No final, Costa, era Ricardo Costa que estava só. Foi aí que ele se mostrou mais brilhante. Costa acossado é um portento. Enquanto Carrilho com aquele ar de copo-e-leite arrogante e de mau perdedor lhe dizia que ele, a partir daquele momento, por causa daquela sanha policial, era a face da vergonha do jornalismo português, Costa, num repente de génio retorquiu, e você da derrota eleitoral. Ricardo Costa mostrou-se uma pessoa inteligente a produzir uma das sentenças mais - justamente - assassinas da performance de Carrilho quando disse que passado tanto tempo ele continuava sem perceber porque tinha perdido as eleições. Terá Costa agora a mesma capacidade para compreender porque é que, atraído á armadilha de Carrilho, perdeu a sua credibilidade enquanto jornalista?

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