terça-feira, maio 02, 2006

Viver sem o cigarro

O meu pai morreu com um cancro no pulmão. E agora percebo porque é que eu nunca reflecti aqui mais a sério sobre isto. Eu não estava preparado ainda para escrever isto. O meu pai morreu com um cancro fulminante no pulmão. Nem pôde fazer quimioterapia. Até ao dia em que lhe disseram que não podia fazer a operação o meu pai continuou a fumar. Menos, cinco a seis cigarros por dia, o que nele era proeza feroz, mas continuou a fumar. No dia em que soube que ia morrer sem apelo nem agravo deixou de fumar. Não foi por medo de morrer. Foi por desejo de dar alguma qualidade ao tempo que lhe sobrava para viver. Penso muito nisso. Por mais que nos aterrorrizemos, o que nos motiva e impele e tonifica, é o desejo de uma vida melhor.

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