segunda-feira, junho 26, 2006

Contrafogos

É ainda com Pierre Bourdieu que sou levado a aperceber-me da contaminação pandémica a partir dos malefícios do neoliberalismo. Talvez tenhamos regredido muitos anos. É evidente que cada vez mais os recursos começam a deixar ver o seu esgotamento e por isso a ciência da racionalidade de meios e recursos impôe-se naturalmente. Mas de onde vem esta sobrevalorização do discurso economicista? E esta desvalorização do Estado Social? Há uma questão fabulosa: o neoliberalismo é que recebe o prémio da eficácia, da viabilização social do nosso modo de vida, mas é o Estado Social que paga a factura e, pagando-a, amortece politicamente os malefícios do despudor economicista.

3 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto o sistema económico tiver autonomia e não for controlado pelo sistema político e social, vamos continuar a regredir enquanto projecto de humanidade. A nossa meta enquanto humanos e humanidade é produzir ou ser felizes?

PS: atiçaste-me a vontade de continuar a ler Bordieu..

Anónimo disse...

Bem observado Joaquim (ou devo dizer Bourdieu?).
Seria "naif" pensar que a política (que é feita por políticos) é independente da economia. Dito de outra forma, os políticos têm, também, interesses económicos. Logo, não será esta ou aquela que determina a outra, mas os homens, actores últimos da História.

apicultor disse...

E como o sistema económico manda nisto tudo, chegámos à caricatura da democracia ,em que se torna irrelevante que estejam lá estes ou aqueles ,porque as nossas "democracias" são um comboio em andamento donde não é posivel saltar sem partir os ossos todos.