quarta-feira, julho 05, 2006

Tempo de Compensação Extra

Ontem, ao telefone no momento do Portugal-França, dei-me conta de que as palavras da locução chegavam primeiro ao meu televisor do que à televisão da minha interlocutora. A primeira sensação foi de pânico. Eu teria perdido, como naquelas histórias fantásticas, o espaço-tempo de todos os outros? Teria sido esta minha insistência no pensar a futebolite que me tinha atirado para um buraco negro, prisioneiro de um espaço e de um tempo divergentes de todos os outros? Não, sossegou-me a pessoa com quem eu falava o que não me tranquilizou muito, porque é mister que o meu amor me sossegue. Precisei da evidência física: "-Olha, o televisor do meu quarto não acerta com o da sala!" Tinha que ser. A culpa tinha de ser [outra vez] da maldita televisão.
[Num assomo de patriotismo, logo que o árbito apitou o final de jogo, ainda lhe liguei para conceder mais uns segundos milagrosos de prolongamento mas nem mesmo esse tempo colocou alguma magia nas quatro linhas.]

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