quarta-feira, setembro 13, 2006

BNHD11/9

O Respirar o Mesmo Ar é BNHD 11/9. Percebi-o ontem. Uma amiga minha ainda andava pela noite dentro a queimar as pestanas tentando perceber o que é que aconteceu realmente no 11 de Setembro. E eu dei-me conta de que já era dia 12, que não tinha ligado nenhuma nem à teoria da conspiração nem à teoria da guerra do terror, que já estava a pensar na outra efeméride, a do dia seguinte, e muito mais preocupado com o céu farrusco que se estava a colocar em posição. Assumo: O Respirar é um BNHD 11/9 (Blogue não habilitado a discutir o 11 de Setembro).

2 comentários:

zazie disse...

Desculpa ocupar o espaço mas, como se tinha falado no VPV e, como é costume para o deturpar, aqui fica a crónica de hoje que confirma a minha leitura.
Ele não defende o internvencionismo. Quando fala em defesa é interna, é na política de porta-aberta. Precisamente ao contrário dos que se aproveitam dos seus escritos para defenderem a guerra.
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"Por que razão o Ocidente durante 30 anos viveu com relativa tranquilidade e segurança sob a ameaça da URSS e da China e vive hoje com a permanente apreensão de um ataque terrorista? A pergunta é pertinente. E a resposta está na natureza do terrorismo. O "11 de Setembro", para dar o exemplo mais notório, foi uma operação artesanal, executada por um grupo heterogéneo de indivíduos, quase impossível de identificar e prender a tempo. Pior: nenhum Estado era obviamente responsável. Mesmo o Afeganistão se limitara a servir de "base" a Bin Laden e aos campos de treino do Al-Qaeda e, sendo essa "base" eminentemente removível, liquidar os taliban não resolvia, como não resolveu, o problema. A URSS, a China (e até Cuba) nunca tentaram atacar a América, porque sabiam de ciência certa o que viria a seguir. A Al-Qaeda contava com a sua intrínseca invulnerabilidade.
Nenhuma espécie de represálias de tipo convencional, militar ou outro, pode em definitivo acabar com o terrorismo muçulmano. Mas sem dúvida que represálias de tipo convencional podem dissuadir qualquer Estado de o fortalecer com armas de destruição maciça. Nem o Iraque de Saddam, nem a Síria, nem agora o Irão correriam o risco de um ataque drástico, pela conveniência táctica de ajudar a Al-Qaeda (ou uma seita semelhante). Para evitar uma catástrofe maior, o Ocidente não precisa de se imiscuir num mundo que não percebe e que, de resto, o odeia. Só precisa de tornar cristalino o que sucederá ao Estado ou Estados que se envolverem directa ou indirectamente em terrorismo biológico, químico ou nuclear.
A ideia de que o Ocidente deve promover a democracia ou a justiça é uma ideia colonial. Quando fala na "defesa da civilização" Bush repete à sua maneira os sermões da esquerda sobre o desespero e a pobreza das massas muçulmanas. Parece que "o homem branco" voltou a carregar o seu "fardo" e se prepara outra vez para reformar a terra. Felizmente, o "homem branco" já não quer reformar a terra, quer petróleo. Interessa ao islão (ou parte dele) vender petróleo e comprar tecnologia, interessa ao Ocidente comprar petróleo e vender tecnologia: e é bom que as coisas fiquem por aqui. Isto implica evidentemente inverter a política de Bush e Blair: da ingerência para a não-ingerência e de uma total tolerância interna (como em Inglaterra) para duras regras de cidadania. A confusão alimenta o terrorismo, a clareza contribui para o isolar e conter."

VPV, Público, 15,Set.

JPN disse...

não peças desculpa até porque, é um bom pedaço de pensamento.:)