segunda-feira, outubro 16, 2006

O amor em palavras

De todos os meus amigos ele era o que melhor cantava o amor. Era um talento. O seu segredo era desconcertante: não acreditava nele, na sua existência autónoma das palavras. Tinha aliás uma tese a propósito: já reparaste como, o que não se passa em nenhuma outra das mortes que conhecemos, que só depois da declaração de óbito estar passada, selada e ajuramentada é que o amor morre? O amor carece das palavras finais porque não é senão isso, palavras procurando a sua finalidade última.

Sem comentários: