quinta-feira, outubro 26, 2006

Vamos para onde?

Sei ainda muitas coisas. Sempre que aqui venho estaco diante da porta e digo, merda, sei ainda tantas coisas. Sou aqui leitor de mim próprio e dos mais exigentes. Quero que aquilo que escreva seja escrita de blogue, ou seja, manifesto da possível anti-literatura que existe em cada escrevente aquando do seu acto de contrição, de escrita, mas que como tal, não vitupere apenas aqueles que se imolam num desejo de imortalidade literária vária, também aqueles que desdenham que aqui se possa algum dia ser imortal. Ou ser literatura. Aqueles que pensam que por sempre terem vivido a mesma vida nunca outra houve. Que confundem as suas manhãs, decerto alvas, decerto jubilosas, de cetim, rasgadas pela luz, que as confundem com o amanhecer do mundo. São generosos estes espíritos. Na sua cegueira, são de uma generosidade extrema. Crêem que a sua morte assistirá ao derradeiro momento mundial e lutam contra o seu desaparecimento como se do nosso se tratasse. Não sabem que o autor nasceu com a modernidade e irá suicidar-se aqui, na hiper literatura que emerge dos caminhos vários e infinitos que um só texto pode conter. Nem é um texto. É um post. Algo que se pôs no caminho dos demais. Para quê? E vamos para onde?

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