segunda-feira, novembro 06, 2006

Da selectividade da memória

Há um dia de ontem de que não me lembro nunca em dias como este. Sei que choveu. Que fui ao Café da Vila. Que me abeirei do precipício. Que não caí, nunca caio. Se tivesse caído lembrava-me. Essa é a regra. Hei-de lembrar-do do que importa. Eu brinco com esta aparente falta de memória para saber ao certo onde coloquei aquele papel, aquela factura, até aquele recado, mas eu sei, se os esqueço é porque nem o papel, nem a factura nem o recado tinham uma importância muito grande. È sempre assim. Tão certo como ter começado a escrever outro texto, diferente deste que agora termino.

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