sexta-feira, janeiro 19, 2007
Dêem-me cores
O azul do céu. O amarelo dos pardieiros que descem comigo, do Caracol da Graça até ao Martim Moniz. O castanho escuro das peles dos trabalhadores cantoneiros que arranjam o pavimento do antigo salão de chuto ao ar livre e que, ao contrário dos eslavos, dos caucasianos, dos próprios alentejanos (que representaria com um rosa pálido, quase até ao branco) me disseram bom dia, das duas vezes que comigo se cruzaram.O verde da minha vida, do meu sorrir, do meu esperar, do meu dizer, este dia é meu! Aquele violeta, dos pendões da Nossa Senhora que sai da Igreja dos mártires, eu pelo menos assim os vejo, aos que saem e entram em passo lento. Todas as cores no arco-íris em cujo fim imagino que estão todos os meus mortos. O vermelho do sangue, do seu sangue, aquele encarnado que lhe faz tão bem, mais do que todos os cremes, conservantes e rejuvenescentes. Amo-a assim, vermelha, encarnada. Dêem-me cores e eu, escancarei a paleta e falarei do levantar do dia, este dia. O meu dia.
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2 comentários:
saem
obrigado, C.
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