sábado, janeiro 27, 2007

Janela virada para o rio

Enchi a despensa de víveres. Tranquei a porta. Antes de chegar à sala já as lágrimas me correm, gordas, nutridas, saborosas, pela face. A solidão para a qual me preparo é tanta e tão prazenteira que nem o cd ponho a tocar. Uma voz, um acorde, uma melodia, seria o suficiente para me distrair agora. É de esvaziamento que me percorro. Abro a janela. Lembro-me de um poeminha antigo, juvenil, nas águas tranquilas do Tejo encontro o rio mais triste da minha vida triste. O ar frio que vem por aqui a dentro desperta-me. A minha tristeza é hoje uma festa dos sentidos.

1 comentário:

Anónimo disse...

Sempre tão impressionada com o que escreves.
Por que razão existem pessoas que escrevem por nós? Como sabes tu o que sinto?