sábado, fevereiro 24, 2007

No fantástico mundo da referência e da ligação (I)

Encontro algum paralelismo na discussão que se tende a fazer sobre a imprensa de referência e o jornalismo popular com uma querela em que me formei teatralmente, o teatro independente versus o teatro comercial.
Bastaria essa proximidade para, trinta e tal anos passados sobre o epicentro desse diferendo, percebermos que quase sempre a discussão começa por alguns mal-entendidos em torno do linguarejar e que não nos ajudam em nada a compreender a realidade nem a forma como ela chegou até nós. Hoje aqueles que na altura fizeram o teatro comercial encontram-se, na sua grande maioria, empresarialmente inactivos, e muitos daqueles que militavam no teatro independente, estão hoje prosperamente vinculados a projectos onde predomina a componente comercial.
O ponto de partida não é o ponto de chegada. Assim, não foi pelo facto dos empresários do teatro comercial se legitimarem com o público que este os legitimou com a sobrevivência. Como também não foi o facto do teatro independente ser muitas vezes caracterizado como uma actividade subsidiodependente que ela não forneceu os mais capazes para sobreviverem a uma actividade teatral sujeita aos ditames da oferta e da procura.
E se assim for então talvez fosse bom começarmos por duvidar da forma como nos aproximamos deste universo em discussão. O que é a imprensa de referência?

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