quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Revisão (em alta) da teoria das catástrofes

Apercebo-me, pela leitura de alguns comentários, ou até de msms, de algo absolutamente fantástico, inusitadamente feliz : no ser à deriva que sou,e ou melhor, na minha condição de ser à deriva, posso por vezes, e sem que nada tenha feito para isso, constituir-me como sextante, bússola, carta de marear para uma outra pessoa, não sei qual. É o efeito-borboleta. Não posso deixar de sentir uma ternura inconsolável por todos os poemas de Rimbaud, Baudelaire, que de repente reuniram todos os fragmentos da minha experiência adolescente e a depuraram de uma dor, de um sofrimento que eu nunca teria sabido suportar. Quantos possíveis suícidas ainda hoje vivem na exiguidade dos seus escritóriozinhos de madeira embutida em luz parca e difusa porque no dia aprazado para os seus suícidios começaram, inadvertida e incontrolavelmente, e sem saber que assim era a própria morte que protelavam, a citarem poemas de Mário de Sá Carneiro ?

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