sexta-feira, março 16, 2007

Matrix

Hoje ao sair do prédio e ao entrar no pátio parecia que estava ensaiado com a C., a filha de uma amiga. Cruzámo-nos no fecho da sua diagonal bem à entrada no túnel de saída da vila. Sauda-me com os olhos piscos:
- Pareces...
Eu acelero o passo. No outro dia tinha estado do lado dela. Ela olhara para o Mourão e tinha-lhe dito, tens cara de contabilista. Ele tem de facto uma expressão bizarra, engraçada, mas contabilista é talvez uma das coisas que menos traduz o seu espírito inventivo e inquieto. Mas estive do lado dela, divertido. Até que ela me caracteriza a mim. Eu tinha cara de caixeiro viajante. E assim, desde aí, logo que a ouço dizer a terrível injunção, acelero o passo, fujo. Mas não tão depressa que não tivesse tempo de ouvir:
- Pareces o Matrix.

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