terça-feira, junho 05, 2007
Abrir o dia
abro o dia como se fosse um livro. ontem, e eu não sei porque insisto em escrever ontem quando tudo isto já se passou há milhares de anos, senti o teu acordo, mesmo quando nos desencontrámos, quando nos entristecemos, quando senti que não saberia, à distância, interpretar aquele teu silêncio sobre o teclado . disseste-me: voa. voa como se abrisses o dia, como se escrevesses o livro, voarinha pelo céu aberto, rasgado como sempre. abro o dia como se fosse um livro, voarinhando por aí ao deus-dará. bato as asas, como um aprendiz, e logo aí me apercebo do quanto sou novo na casa dos céus. distraio-me com o próprio bater das asas, fico a contar histórias em que esse som fazia vez, afasto-me do grupo, deixo que o vento me enrole, faço piruetas e loopings para só eu ver, sou um acrobata destemido à procura de um grão de areia que tenha vindo de algum dos muitos desertos que andam pelos nossos céus.
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1 comentário:
Tão belo! Quando li, senti que estava a estava diante de um poema que pinta alguns dos meus sonhos mais bonitos...
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