Festas de anos

A M. trouxe o tema: as festas de anos. Por acaso no dia em que ela escreveu o post estava eu numa festa de anos de um amigo do Pedro, mas que é sempre uma festa de anos muito especial como, de certa forma, acabou por dar conta o Zé Flávio .

Lembro-me sempre como começavam as minhas festas de anos a sério: com um olhar para a beira da cama onde estava uma bola de futebol, com losângulos brancos e pretos nova. Era dia também de uma roupa nova, fosse um polo, uma tshirt, ou umas calças de ganga. E sempre um lanche para um grupo de amigos que andava perto da dúzia. Íamos de carro até ao Parque de Santa Marta na Ericeira onde jogávamos à bola, às escondidas, à apanhada, e depois vinhamos para casa encher-nos de sumos alsa, arroz doce, gelatinas, pão-de-leite com fiambre e queijo, linguas de gato e rebuçados.

A minha última festa de anos em Mafra nunca a esquecerei. Eu tinha um melhor amigo, o Luís Miguel, e nessa altura já sabíamos que nos íamos separar porque ele ía para Angola, onde o pai estava. Foi, para além do monte de cromos que perdi uma vez num amontoado de pneus em frente à casa de uma colega da minha mãe na Achada, a minha grande perda a sério na infância. E agora, já não sei que trilho seguir: ou o das festas e anos, ou o do melhor amigo, uma invenção de reminiscências infantis que ainda me acompanhou durante muito tempo...