Os cartazes da campanha

Dou, nestes tempos de exaltação democrática quem que se transformam os períodos eleitorais, alto valor à comunicação política. O jogo é este e não outro: aqueles que apostam numa verdadeira comunicação com os eleitores mostram pelo menos aí algum respeito pela formação da opinião. Tenho por isso seguido com alguma atenção os cartazes da campanha, e principalmente os outdoors dos principais partidos. Os do PSD têm sido uma lástima. O PSD já lutou pela Câmara de Lisboa quando governava e o seu discurso foi completamente diferente. Parece um discurso ressabiado, de pessoas que estão à espera do poder para serem contra-poder. Não sou especialista em análise política, mas nunca recomendaria a ninguém esta estratégia. O ressabiamento só é bom para a política de bancada. Os do Zé - excepto aquele em que refere que o Zé só tem um interesse, Lisboa, que é muito bom, porque valoriza aquilo que José Sá Fernandes de melhor tem como património político - são um dó de alma, a lembrar o apelo ao voto feito por Louçã, em D. Maria, há uns anos. Os do PP são eficazes, sem génio mas eficazes e valoriazam a equipa, o que em política é mais importante do que parece. Quanto aos do PS, só nota negativa para um, o fazer com rigor, que me parece francamente mau. Fazer o quê? Se for o bem, que o faça, o mais rigorosamente possível. Se for o mau, que seja o mais relapso e o mais indigente possível no fazer. Não sei como é que o fazer pode ser, assim, sem programa, um valor político !!! Faltam-me os da CDU. São tão discretos que nem motivam paixões. Nota-se bem que estas eleições não são para eles. Desta vez é à direita que as eleições se vão decidir.