terça-feira, dezembro 11, 2007

Lisboa depois da cimeira

Nestes dias em que a quantidade de ditadores por metro quadrado se entrelaçaram com uma porporcional quantidade de democratas que também podiamos medir a metro quadrado, eu esperei que a cimeira passasse. Não queria mais saber onde é o Burkina Fasso, o Zimbawe, a Etiópia, se o Mugabe é um Chavez africano, se o Kadafhi faz campismo no Forte em Oeiras ou se o dos Santos é um despóta com o qual o Ocidente se relaciona (muito) bem. Nem queria tão pouco saber se os nossos íam, com os seus sorrisos tão polidos, ao beija-mão com gente tão feia, tão feia. Usurpadores da esperança dos seus povos. Em África a política ainda pode ser outra coisa. Ainda pode ser uma coisa prometedora, como uma manhã em que todo o sol parece acontecer para nos iluminar o dia. Morram os tiranos, os despótas, os usurários, os que fazem os negócios, os que se sentam à mesa do banquete. Morram da morte, do pesadelo que dedicam à terra que os viu nascer. Aos seus irmãos. Eu só queria que eles se fossem embora e que Lisboa pudesse de novo voltar a ser a cidade que era antes de tudo isto ter começado. A baba dos políticos mentirosos e lorpas cheira a merda de cão e depois, se a gente por acaso tem o percalço de a pisar, entranha-se, espalha-se, até à náusea.

1 comentário:

Anónimo disse...

Não te alegres muito, que amanhã já está aí outra cimeira. E, acredita, esta é bem mais cínica do que a que terminou.