segunda-feira, abril 14, 2008

A náusea

Com o meu portátil a caminho da Roménia deixei de ter tanto tempo para blogar, para surfar. Não me queixo. Se não for em demasia a realidade do dia-a-dia é um hábito saudável. E tem as suas vantagens, principalmente quando Alberto João tem (mais) um ataque delirante. O problema de Alberto João, e de outros casos semelhantes, não é tanto o que ele diz, mas o de tentar perceber como é possível que o deixem dizer o que diz no local e no cargo em que faz as suas afirmações. É que Alberto João conseguiu desrespeitar os representantes do (mesmo) povo que o elegeu. É certo que o povo não tem alvará na praça para se defender. É por isso que devem ser as outras instituições a fazê-lo. Quando eu era pequeno sonhava que era o super-homem, que era o super-presidente do mundo. A minha imaginação não tinha limites. Se as afirmações de Jardim tivessem sido proferidas há trinta e tal anos atrás, eu pegava no meu fato de super-homem e conjugando-o com os meus poderes de super-presidente, tinha entretenimento para uma tarde: sentava-me na soleira da porta da casa da Ada-Pera e sonhava que era o Presidente da República que em visita à Madeira ignoraria o princípe Alberto João. Hoje deixei o sonho - ou o delírio - a dormir. E apercebo-me com incomodidade de uma profunda náusea pela conduta política dos dois mais altos responsáveis da nação, Jaime Gama e Cavaco Silva. Eu hoje provavelmente já não sonharia em ser super-presidente de nenhuma super-super-super potência do mundo. Não sei como dizê-lo: talvez sonhasse em ser um super homem bomba.

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