sexta-feira, maio 30, 2008

Na horta do senhor Joaquim

Há dias em que o amor não me cabe no peito. Olho-a quando acordo e se ela dorme ainda, há no seu toque alguma coisa de sonâmbulo que me procura. Eu fico a mirá-la com o mesmo aconchego com que de manhã salto da cama e vou até à horta ver se as minhas alfaces estão mais crescidas. Se é ela que me desperta, o sonâmbulo sou eu: retribuo com todos os disparates que me chegam à cachimónia. Por acaso há sete meses que assim é. Sete meses, sete vidas.
O amor é felino.

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