Vamos entender-nos num particular muito pontual: se sempre que jorge silva melo ganha uma condecoração dos reis da noruega, o hélder costa cria mais um espectáculo na diáspora das terras de vera cruz, o bando apresenta o seu trabalho nesta europa em alargamento, joão mota encena osório de castro no festival de mérida, o abel neves é editado em frança, o vieira mendes é montado em londres, o tochas ganha mais uma moedinha num dos mais importantes festivais de rua na nova zelândia ou na austrália, a malta do alkantara, do fimfa ou do festival de almada sem ir lá marca cá pontos importantes para o meu campeonato, se sempre que estas e outras coisas da mesma família acontecem vocês podem passear tranquilamente pelo rossio às dez da noite sem uma horda de hunos a gritarem "ganhááááááámooooooooooosss! oi, oé, oá! Portugal é o melhor que há!", e estas coisas poderem acontecer são derivadas a que o Portugal ganhador que temos na cabeça é diferente na toleima de cada um de nós, e que como para mim o Portugal que está a ganhar na Áustria é o Portugal dos Joaquins Oliveiras, dos vinte estádios de futebol, do apito dourado, do Sampaio a chorar ao ver a Maria José Rita vestida com uma bandeira, do PPN (Partido Português dos Negócios), ou seja, por conseguinte, o Portugal que está a ganhar é o país que se afunda, o PORTUGALPERDEDOR, por isso, e apenas por isso, não estranhem que, e prometendo até que mamo uma jolas e uns caracóis quando derem pela milionésima vez a reprise dos golos pátrios, e sem prejuízo de um centímetro da amizade em que vos tenho sempre, sempre, meus caros amigos com a amizade não se brinca, quando passarem à minha porta com os vossos cachecóis, os vossos saltos e ondas de lusitaniedade, não levem a mal que aproveite esta onda de futebolês para desatrelar a bílis, o fígado e gritar:
Ide-vosfoder, carago!
banda sonora deste post: Ai Portugal, Portugal, de Jorge Palma (o meu porta-voz oficial para o EURO 2008)
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