domingo, junho 08, 2008

Novo desígnio nacional: F...de Fodâ-se!

Este texto, escrito em bom futebolês, embora sem locução do saudoso Perestrelo, é apenas para aqueles que acham natural ponto um ( e estou a fazer a ginástica dos dedos do Portas) que um tipo tenha opinião e a exprima, ponto 2 por consequentemente, que um gajo não esteja aqui com falinhas mansas a explicar que pensa assim porque o caralho e mais a puta que o pariu, e ponto 3, para concluir, que uma pessoa sempre que fale contra o mega mega negócio do ponta pé na bola não tenha que fazer a genuflexão, dizer que quer que Portugal ganhe ou bater no peito a dizer que quando era puto era um apaixonado pelas botas de cautchu ou o caralho a sete.
No meu caso pessoal o Joaquim (sou eu) acha que, dois pontos, e antes de explicar ainda quero dizer duas coisinhas prévias, a primeira é que ontem o meu puto estava com quarenta graus de febre, foi para Fátima numa excursão do colégio e o sol, a excitação, sei lá mais o quê, deram-lhe cabo das "amigasdaslas, pai"e eu, antes do jogo, fui a correr comprar um conjunto de carteirinhas de cromos, pedi até à senhora, ora embrulhe-me lá isso por favor, ponha uma fitinha, o miúdo está com um febrão, ela olhou para mim, estava vestida de cachecol, de camisola vermelha e de chapéu a condizer, estamos todos!, estamos todos, e lá fui eu a pensar naquilo, estamos todos, e quando lá cheguei dei-lhe um abraço e depois do abraço os cromos, nos primeiros que lhe comprei saiu-lhe logo o Cristiano Ronaldo, ficou logo na ideia que era um cromo raro, no colégio ainda ninguém o tem, e lá o deixei no sofá diante da televisão a verde-vermelho, em todas as casas uma bandeira, um hino, uma canção, e depois disto a segunda coisa que eu queria dizer é que até tenho algumas responsabilidades no que se passa neste país já que em 94 quando estagiei na SIC e a dupla Rangel-Schnitzer vendia este país a retalho para que o patrão Balsemão ficasse contente e lhes desse grandes recompensas, eu devia era ter feito uma espera a esses dois grandes amigalhaços e agarrado numa naifa, numa faca do refeitório ou até na tesoura de cortar as unhas da Júlia Pinheiro e, depois de os encostar contra a parede, dizer-lhes, ó meus g'andas cabrões que ainda hão-de foder esta merda toda, se voltam a falar de futebol em horário nobre espeto-vos isto pelos colhões a dentro e nunca mais hão-de cantar, naquela altura entalando dois ainda se conseguia algum efeito, o negócio ainda estava circunscrito, agora até gente decente - é ver a respeitável lista de blogues aqui ao lado - perdeu a cabeça e já nem um Campo Pequeno chegava para lá os meter a todos. Ditas estas duas singelas coisinhas e enchendo a voz canora até aos limites do falo, deixem-me que vos diga uma opiniãozinha muito particular:
Fodâ-se!
banda sonora deste post: Ai Portugal, Portugal, de Jorge Palma

1 comentário:

na prise és bestial disse...

Belo texto jpn, um bocado conceptual para esta pobre cabeça mas bom. Mas não me lixes, amigo, foi um ganda jogo e espero que ainda muitos como o de ontem venham nos próximos dias.