segunda-feira, julho 21, 2008

Uns e os outros

O meu desconforto perante a discussão sobre a Quinta da Ponte é grande. Ele alimenta o meu radicalismo e o meu radicalismo não tem linguagem que o expresse. Não vou passar a mandar toda a gente para o c. só porque não tenho com que falar daquilo que penso e sinto. Sou um tipo mais ou menos educado. Praguejo quando entalo o dedo numa porta, quando deixo cair alguma coisa ao chão ou quando eu próprio me sinto atirado ao tapete. Não é nenhum dos casos. Estou cada vez mais tranquilo. Vem aí Agosto. Vou correr, fazer partidas, beijar, abraçar e claro, tomar banho com o meu filho e ver se a pila dele já é de homem. Se ela já se enervar tenho até planeado um adicional da semanada, uma espécie de quinta semana. Estou-me ralando para os pretos, para os brancos, para os ciganos, para os hindús, para os chineses, para aqueles que vendem jornais, programas políticos, libretos ideológicos, armas, droga, casas, bairros sociais, por causa das manchetes sobre os ciganos, sobre os pretos, a senhora puta da realidade e a senhora puta da linguagem a atacarem na mesma casa de passe, uma na dobradinha da outra. Quer dizer, para ser verdadeiro, e um gajo que tem um blogue tem a obrigação de ser verdadeiro para o seu publicozinho, estou-me ralando coisa nenhuma. Só que como não quero participar nesta guerra ideológica com que hoje vamos mais uma vez f. os amanhãs e as utopias nossas, e porque a alguns dias de férias não preciso de desatrelar o fígado com umas arrochoadas em dó maior, esta forma de me estar ralando é a melhor maneira que me encontrei para me manter comprometido com o problema.

1 comentário:

blue disse...

como te compreendo, jpn.

:)