Olho para estes últimos doze anos da minha vida profissional e reparo que tantas vez perdi o pio quando devia ter falado. Nunca saberei até que ponto é que a minha vida teria sido diferente se eu não me tivesse calado, ou até que ponto eu teria transformado os lugares e os ambientes por onde passei, limpando-os daquela pequena (grande) corruptela do interesse público que é, por exemplo, o aproveitamento da generalização do vazio de definição de missão da coisa pública para a sua submissão aos interesses, expectativas e estratégias de poder individuais ou de pequenos grupos. Ou expurgando-os dos imensos exercícios de (pequeno) autoritarismo quotidiano (que todos conhecemos já que deles estão repletas as nossas direcções gerais, organismos públicos e restantes administração pública). Falo da coisa pública como poderia falar da privada, só que a esta não a conheço na experiência dos dias.
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