quinta-feira, outubro 09, 2008

A conta para aquele senhor ali do fundo, por favor

Não é o "os ricos que paguem a crise". É apenas o, por vezes, nestas vezes, não me maldizer por ser um novo proletário que só tem de seu a sua força de trabalho. O ar que eu respiro, as coisas doces que são a minha vida, o seu rosto quando me deito, a sua face na minha quando acordo, o ruído do vento, aquele pequeno grupo de dezasseis pessoas que se sentam no chão sem reclamar e que se entregam com tão grande generosidade às propostas que lhes entrego, o ar outra vez, o ar de novo, sempre, o sol, a memória e o convívio com os meus mortos e com os meus vivos, talvez os gatos ao fim da tarde, talvez esteja mesmo a ficar perdido, a vontade de escrever, a cada vez maior vontade de escrever, tudo isso são acções, acções no sentido da acção, do agir, mas não estão, felizmente, cotadas em bolsa e nem estremecem com as dores do sobreaquecimento do capitalismo financeiro.

1 comentário:

mfc disse...

As pequenas grandes coisas que ainda nos fazem sorrir!