Cansa-me demasiado a maneira como nos (des)fazemos em retórica. Ao longo destes dias vi repetirem-se por aqui, na blogosfera que eu leio com interesse, que não deveríamos ser unilaterais em relação ao conflito israelo-palestiniano. Claro que não o deveremos ser. Nem em relação ao conflito israelo-palestiniano nem em relação a coisa nenhuma. Mas também, para nos revoltar o peito de indignação quando sabemos o grau da desporporção desta ofensiva israelita, não precisamos, a decência devería não nos obrigar, a fazer nenhuma moratória para condenar o Hamas. Todas as pessoas decentes, onde se incluem os indecentes que sonham com uma vida mais decente, sabem que o radicalismo de Estado israelita apostou no Hamas como fonte de divisão da Fatah, assim como os terroristas do Hamas têm no radicalismo de Estado israelita o seu seguro de vida. São coisas que não nascem de nenhum espírito marcado por algum tipo de teoria conspirativa.
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