Nunca esqueci aquela imagem, à porta do Liceu D. Dinis. O JJ, o Victor Ávila e o o Tozé Alpiarça orgulhosos com uma edição ainda a quente, vinda do stencil, do LSD (Louvado Seja Deus, fanzine satírico-subversivo), que tinha um bocado de papel higiénico apenso através de um agrafo. os textos eram todos deles menos um. Um poema de uma rapariga de treze anos, cheio de vida e critica, a destoar naquele fanzine satírico onde, principalmente o JJ e o Alpi, se esvaiam em longas deambulações humorísticas, mas a recolher o aplauso unânime dos editores que diziam que aquela rapariga ía longe. Chamava-se Aldina, devia ter os seus doze, treze anos e de facto foi longe no seu projecto de cantar. E de existir. Passei os olhos à pouco pelo Sol e não pude deixar de ser contagiado pelo optimismo e determinação das respostas de Aldina Duarte. É delicioso ouvi-la, à sua lucidez, à forma desalinhada mas convicta como fala da esquerda.
1 comentário:
Inteiramente de acordo. Também eu gostei muito de ler a Aldina... pensei " mulher rara".
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