quinta-feira, abril 16, 2009

A Europa deles

O primeiro dia da pré-campanha com os dois candidatos dos maiores partidos foi elucidativo de que, se não fizerem um esforço para falarem para as pessoas daquilo que às pessoas importa - o que não quer dizer o que às pessoas interessa, os políticos terão sempre capacidade de manobra para desviarem o centro de interesse da comunidade a que se dirigem - poderão fazer com que no dia das eleições os porcentos abstencionistas dêm mais um salto para cima. E não nos queiram fazer pender para um ou para outro, quando o espectáculo que cada um oferece é tristonho. Rangel, igual a si mesmo, sem perceber que a retórica parlamentar não colhe quando ele fala para o país. O que é que nos interessa as suas metáforas da mordaça quando ele pode falar do que quiser? Ou que interesse é que tem saber se Vital é um patriota do ponto de vista de Sócrates? Vital, de quem se esperaria mais, principalmente para quem diz que quer discutir a Europa, as questões europeias, deu também um espectáculo deprimente. Chamar a Paulo Rangel jovem excitado ou dizer de si mesmo que é do tempo em que havia a mordaça do Estado Novo, são logo duas imagens sobre o tempo que nos fazem pensar não só na substância da discussão europeia que traz para o debate, também da pertinência de um candidato que já não parece ser deste tempo e cuja retórica política foge facilmente para a arrogância pessoal.

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