quarta-feira, abril 15, 2009

O jornalismo por antecipação

O Público hoje dá um destaque muito forte ao facto da canção "Sem eira nem beira" dos Xutos, se poder vir a tornar num manifesto contra o Governo. Começou tudo com um vídeo transmitido pelo jornal nacional da TVi. Depois já foram feitos, segundo o jornal, dois videos no You Tube onde se mostram Sócrates e os vários membros do governo e várias imagens, dos professores ao Freeport, e referências a Sócrates, Isaltino Morais, Dias Loureiro e Fátima Felgueiras, enquadrados no cartaz do filme Intocáveis. O manifesto contra o Governo é assim constituido pelo video da Tvi, e por outros dois videos do You Tube, um dos quais, segundo a notícia é contra os intocáveis da política. Depois há a letra de "Sem eira nem beira", e um paralelismo (algo forçado ainda) sobre o Não posso mais, enquanto canção -protesto no estertor do cavaquismo. Compôem o ramalhete, quer dizer, a reportagem, o passeio pelos partidos om assento parlamentar ( com a nega do gabinete de Sócrates em comentar), e um comentário de Luciano Alvarez que, perfeitamente ajustado a esta lógica do jornalismo de antecipação, escreve que "podia não ser essa a intenção dos Xutos e Pontapés mas Sem Eira nem beira vai ser usada cada vez mais como uma arma contra Sócrates e as suas políticas. Uma arma pesada".
E estamos servidos. Daqui a uns tempos voltamos para conferir as notícias, dizemos, as previsões do Público. Que não pecam por falta de razão. Quem não preferiria que a oposição política em Portugal fosse - em vez do desfile dos três mil e quatro tristes tigres que temos à disposição do circ' ulo parlamentar, sempre assim - num embalo de uma canção com a garra e as ganas dos nossos melhores roqueiros?

1 comentário:

Marga Fuentes disse...

Si tú quieres, puedes pasar por mi blog, quizá te guste oír "Lejos de Lisboa" cantada por mi y ver las fotografías que Gaspar de Jesús, fotógrafo portugués, me ha cedido para esta entrada.
Un saludo,