segunda-feira, junho 22, 2009
Lisboa-Teerão
Uma das coisas que mais gostei na nova retórica de Obama é a ideia de que a democracia não se exporta. Nem a liberdade. Essa ideia associa-se a outras, a de um cansaço pelas palavras que falam de liberdade, de democracia. Os nossos povos europeus têm uma democracia que exibe evidentes fissuras figurativas. É por isso que nos sabe tão bem, mesmo que adivinhemos o banho de sangue que pode estar eminente, quando a sede de liberdade ganha forma na rua. Dili, as antigas republicas socialistas do leste europeu, Bagdad, são apenas alguns dos lugares onde a explosão do desejo de liberdade me acordou. (Re) Lembra-me que a liberdade é uma festa. Que a vida é uma festa. É assim, a beber o entusiasmo que me vem dos véus que se rompem de forma irreversível que os meus olhos voam para Teerão.
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1 comentário:
O problema é que a festa pode ajudar a esconder maneiras de entender a liberdade que na verdade são inimigas da liberdade.
Na "festa" que se seguiu ao 25 de Abril havia pessoas que defendiam um regime tão ou mais ditatorial que o Estado Novo.
E o dia a seguir à "festa"? Porque há sempre um dia a seguir à "festa"... Em Timor houve - "e não foi bonito, pá". Em Portugal, já agora, o pós 25 de Abril também não deveu muito à beleza: as nacionalizações, a constituição cheia de tretas marxistas.
Espero que os iranianos (e as iranianas!!) consigam a liberdade, mas espero também que esta tenha raízes mais profundas que a revolta e a "festa" anexa.
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