No outro dia, em conversa com o meu novo vizinho de trabalho, militante e candidato do Bloco de Esquerda a uma autarquia, disse-lhe, a propósito da minha inscrição no PS, estaríamos ainda em 2001:
- Eu sou do PS do Ferro. Foi na sua altura que eu me fiz militante.
Ele gozou comigo, respondeu-me:
- Pois, tu ainda não te desvinculaste porque estás à espera, afinal sempre és do PS.
Não lhe respondi. Há um problema que eu não sei resolver que é o do entusiasmo pelo actual PS, e ao fim de tantos anos de independência política sempre pensei que o perfilar-me politicamente com um determindado partido seria um gesto mais apaixonado. E não se trata apenas da questão situacionista que ataca sempre o partido do governo. É mais do que isso e tem a ver com o modo como algumas politicas, especialmente as da educação e da cultura foram implementadas. Para além das trapalhadas do Magalhães e do envolvimento pessoal do primeiro ministro nisso. Já que ao resto, entre o aplauso e a discreta aprovação, saúde, segurança social, dou nota positiva ao governo de Sócrates, mesmo aceitando que estou a nivelar por baixo ou seja, por aquilo que poderia ser um governo PSD ou PSD/PP. Mas, paradoxalmente, o que me aproxima mais do Partido Socialista, para além do seu património histórico, é a minha admiração por estes militantes que sabem criar uma opinião critica e ao mesmo tempo serem solidários com o partido enquanto associação política. Nem de propósito: antes de acabar o texto recebo mais um sms do PS, um das dezenas a que não liguei pevide, desta vez para mais uma sessão do Forum Novas Fronteiras e fico a pensar mentalmente em como me posso organizar para a este, ir.
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