Foi ontem. Uma iniciativa simpática a leitura do texto de Alain-René Lesage, traduzido por Luis Vasco, feita pelos actores Ana Lázaro, Bruno Bravo, Bruno Simões, David Almeida, Inês Pereira, Ricardo Neves-Neves e Sandra Faleiro (que coordenou a leitura), e que se integra no projecto TEIA. Na plateia várias turmas escolares, acompanhadas pelos seus professores. Agrada-me muito as leituras em teatro e é bom ver que recentemente o Teatro Nacional, como já aconteceu com outros dramaturgos, caso de Augusto Sobral, se encontra com vontade de promover esta prática bastante artesanal do contacto com o texto. Artesanal mas que ao mesmo tempo despoleta as potencialidades imagéticas do texto. É nesse sentido que talvez este texto, Turcaret, não tenha sido uma escolha muito feliz já que, não sendo daqueles textos intemporais, parece não sobreviver muito à erosão do tempo senão for acareada com outras abordagens, antropológica, histórica, social, que não encontram a melhor via de comunicação através do despojamento da leitura cénica. Valeu a alegria e a jovialidade, uma certa marca do corpo que ficou, como sublinhou alguém na conversa final, que os actores trouxeram para a leitura, para além daquele contacto artesanal com o texto, enquanto matéria-prima do teatro.
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