segunda-feira, dezembro 07, 2009

Ando há muito tempo para escrever sobre isto, o excesso de espírito competitivo nas crianças. Começaria mais ou menos por aqui: Só querem ganhar, ganhar, ganhar. No meu tempo não era assim. Não precisávamos de ganhar para sermos gente, para sermos pessoas. Brincávamos com flores, com plasticina e poesia.
Ando há muito tempo para escrever sobre isto. Hoje, tinha finalmente arranjado um bocadinho para dois dedos de prosa, quando ele me pediu para ir montar a pista de carrinhos e jogar um pouco com ele. Não sei como eu, um escritor de posts, acedi. Já devia saber o quanto são desastrosas estas incursões no real. Antes não o tivesse feito. Quando acabámos de montar aquela mini-pista de carros, comprada a 9 €, depois de darmos uma volta à pista, aquecendo os motores - a ideia foi minha, assumo - começámos a corrida. Dez voltas. Ainda não tinhamos dado cinco voltas e já, pelos meus gritos, pelo meu nervoso miudinho, pelos nomes que lhe tinha chamado, percebi que ainda não é desta que vou escrever o post sobre o meu tempo e a incrível tendência para a competição das crianças de hoje. Não que não tivesse tempo. Ainda antes de acabar as dez voltas fui despedido do quarto com o epíteto, o pai é um batoteiro, e de volta à sala poderia finalmente escrever o tão almejado post. Se não me tivesse passado a sobranceria.

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