sábado, fevereiro 27, 2010

É o sexismo, estúpido!

O Arrastão deixou-se levar por uma polémica de pequena vaga: O Bruno publicou este post e as réplicas sucederam-se, nos comentários, nos posts. Como este do Daniel Oliveira ou est'outro do Sérgio Lavos. A polémica arrastou-se junto ao Jugular e corre, peticionária. Compreende-se. Embora seja sábado o mau tempo atrai-nos para casa. Mas mesmo que, posteriormente, o Bruno se tenha explicado mal, o cartaz é mesmo sexista. É claro que, como baratas tontas, vemos um par de mamas a querer sair do robe, e pensamos logo que é uma mensagem de baixo teor de inteligência, para massas em estado Super Bock e que faz uso de um sexismo explicito, que atenta à dignidade da mulher. Pura estupidez em que vi emborcarem-se tão distintos comentadores com pila ou sem ela. O maior atentado que ali vejo é à ideia de homem e sei que se a maior parte dos comentadores não tivessem tido uma paragem cerebral diante daquelas pretensas mamas tinham percebido que o a mais grave demonstração de sexismo explicito está na frase, é só puxar. O prazer é todo seu.

Porque promove uma ideia de homem que está nas antípodas de todos os esforços que os homens contemporâneos fazem para não serem confundidos com os machos ( cujo processo de extinção pode levar à mudança de sentido, vejam o que lhes acontece no último Wooddy Allen) que nunca fodiam, ou fodiam sempre mal, que viam as suas mulheres serem fodidas pelos outros, sempre os outros, porque eles não sabiam o que era uma cona, em que partes é que ela se decompunha, nem o que é um rabo, os seus lábios, ou uma nádega, o que são umas espaldas, umas pernas lângidas, uns dedinhos dos pés bem passados pelo cutelo do lânguido linguarejar.

Ou seja, esta ideia sexista de que os homens que gostam de beber uma super-bock, gostam que as mulheres sejam de abertura fácil, que seja só puxar, virem-se, em cerveja, creio, e depois acabarem a noite com a sentença de que o prazer foi todo deles, promove a ideia de um homem estúpido, insensível, que dá cabo de todo o nosso esforço quotidiano, ao limite do toque, da carícia, da língua, para descobrirmos a dificuldade de um corpo feminino se abrir ao prazer, ao orgasmo, ao prazer que é todo nosso.

5 comentários:

CCF disse...

Muito bem! È contra as mulheres sim, mas também contra os homens. Um nojo, enfim.
~CC~

Bruno Sena Martins disse...

A minha explicação é excelente, quer dizer, talvez não seja uma explicação, mas é excelente.

Margarida Belchior disse...

Concordo ABSOLUTAMENTE!! ... Muito boa argumentação!! ... :-)

Morena disse...

O quê, menino Joaquim, mas que linguagem é este, valha-nos Deus que bem pode?!

"que nunca fodiam, ou fodiam sempre mal, que viam as suas mulheres serem fodidas pelos outros, sempre os outros, porque eles não sabiam o que era uma cona, em que partes é que ela se decompunha, nem o que é um rabo, os seus lábios, ou uma nádega, o que são umas espaldas, umas pernas lângidas, uns dedinhos dos pés bem passados pelo cutelo do lânguido linguarejar."

Isabela

JPN disse...

Leituras, Isabela! Leituras! Desculpa. Traz lá a malagueta...
:)