Parece-me que, numa entrevista que tem a virtude de revelar uma personalidade política que a maior parte de nós lhe desconhecia, é apenas um deslize (o resto da entrevista desmente aquilo que podia ser, para um PR, uma perigosa concepção da politica partidária) a ideia peregrina de que há uma incompatibilidade entre o activismo politico-partidário de Manuel Alegre e a criação de um movimento de cidadania. Há no entanto um aspecto curioso em algumas primeiras reacções - para além da adesão natural que a sua figura motiva - à sua candidatura: Fernando Nobre era daquelas pessoas que quando aparecia nos media, pela sua abnegação, coragem e integridade pessoal e politica, suscitava naturalmente em nós, falo por mim, a pergunta: porque é que este tipo não se candidata a Presidente da República? E agora, que ele se candidatou, e face às primeiras intervenções públicas, uma das primeiras perguntas que nos surge é, continuo a falar por mim, porque é que este tipo se candidatou?
Duas perguntas que em nada são iguais e que, muito provavelmente, revelam muito mais sobre mim do que eu poderia pensar.
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