quarta-feira, março 10, 2010

Da regulação coxa

Uma das coisas que espantou toda a gente foi o falhanco dos mecanismos de controle e regulação do sistema financeiro. Talvez não haja tantos motivos para o espanto. Lá para os lados do Geoscópio, Jorge Nascimento Rodrigues continua a prestar serviço público no que toca ao debate sobre os fenómenos associados à recente crise financeira que nos assola. Um pedaço:
"Também a tradicional visão de um sector financeiro a preto e branco, dividido entre o sector bancário tradicional e o “sector sombra”, não colhe mais: “Agora temos megabancos com um pé na ‘sombra’ (o sector desregulado, altamente alavancado, fora das contas) e outro no sector formal, tal como temos novas formas de sector ‘sombra’ como as firmas de private equity e hedge funds”. Trata-se de uma “situação muito fluida”. O que isso implica é que as políticas monetárias dirigidas ao sistema bancário e mesmo as políticas orçamentais que visam dinamizar o crédito à economia real podem falhar a sua missão se a reforma do sistema financeiro não for cirúrgica, não atacar o ponto nevrálgico do que gerou esta crise financeira de grande magnitude. Uma das reformas necessárias, segundo o nosso entrevistado: reduzir ao mínimo, ou mesmo bloquear, os pontos da cadeia de valor financeira em que se possa criar essa “atomização” de processos e de veículos financeiros."

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