sexta-feira, setembro 02, 2011

Sombras

Continuo a esvaziar-me de todo um aparato que ingenuamente
fui integrando pensando que me fazia melhor pessoa, mais solidário, mais atento. Faltam-me
nomes para a conversa com muitos dos meus amigos
que vivem da refrega quotidiana com esta bolsa de valores ficcionais com que nos enquadramos.
Gosto agora do fora de campo. Do fora de tópico. Gosto do silêncio.
A respiração volta a ser um lugar de encontro na areia.
Nem está frio nem calor. É verão mas não parece.
O que é verdadeiramente revolucionário é que o fim da revolução - o terninar inevitável de todas as revoluções - não apague o fervor revolucionário.
Aí na acalmia inexpiável de uma tempestade de cinzas, renasce o fogo.
O fogo somos nós.

1 comentário:

CCF disse...

É bom te ver assim de volta às palavras. Quando parece que já as gastamos tornam-se de novo um fogo, ou antes um lume, um alento, é o que sinto com a palavra revolução.
~CC~