segunda-feira, junho 30, 2003
E lá terão alguma razão.
Ciclo de Autores Dramáticos no Bairro Alto. 20 Autores novos, dezoito textos escritos para teatro. Jaime Salazar Sampaio a encerrar o ciclo com "Esperança", um trabalho em progressão, ainda não finalizado. Dezoito encontros, dezoito portas abertas sobre dezoito dramaturgias portuguesas que nos são contemporâneas.
E mesmo assim tantos nomes que ficaram de fora. Como Luis Assis, Alexandre Lyra Leite, Fernando Augusto, Fernando Dacosta, Augusto Sobral, Jacinto Lucas Pires, Jorge Silva Melo, José Vieira Mendes, Regina Guimarães, Vânia Cosme, Ângela Marques, Francisco Luis Parreira, José Guardado Moreira, Francisco Duarte Mangas, Luisa Costa Gomes, Mário de Carvalho, Tiago Torres da Silva, Luis Mourão e Mário Botequilha. Para citar apenas 20 nomes, os mesmos que agora foram desocultados.
Nem citei Margarida Fonseca Santos, Diego Armés, Domingos Galamba, Luis Graça, Joana Craveiro, Susana Gonçalves, Lúcia Sigalho, Isabel Medina, Mário da Costa, José Geraldo, José Azevedo, José Carlos Dias, Carlos Lacerda, Francisco Nicholson, José Jorge Letria, André Murraças, Miguel Clara Vasconcelos, Vicente Sanchez, Norberto Ávila e Jaime Gralheiro. Outros vinte. E haveria mais.
Não quero que o que vou dizer passe pelas eternas lamúrias e invectivas com a comunicação social quando esta não nos atribui a importância a que nos julgamos com direito. Porque nem é disso que se trata. Enquanto autor presente sei bem que, em todos nós que estivemos incluidos no ciclo, se alguma amargura houver por esse aspecto, ela será muito menor face à alegria pelos encontros que se deram, pela possibilidade singela de materialização em voz das palavras que vamos forjando.
É enquanto espectador, leitor, que me sinto triste. Outros que não eu não souberam o que se passou. E não sabendo estão à mercê daqueles imbecis que continuam a proclamar a inexistente dramaturgia nacional. A sua inépcia. Ou que, por vezes, quando o marketing também entra na escrita teatral portuguesa, quando não podem virar a cara para o lado, se entregam a delírios e a titularias garrafais sobre a nova dramaturgia, ou....
E lá terão alguma razão. O que não é publicitado, de certo modo, hoje, não existe e o jornalismo pacóvio só fala do que nos entra pelos olhos adentro.
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