quinta-feira, agosto 19, 2004

Kaput

Não parece prosa do respirar mas é: se encontrarem um realista qualquer, principalmente daqueles que insistem que o mundo em pixels é mais exacto, mais justo, mais real e verdadeiro do que os mundos todos enrodilhados no nosso cérebro, estrafeguem-no. Lancem as mãos erráticas ao pescoço do canhestro e só o soltem quando não houver ali pinga de remorso, quer dizer, de ar. Não vão no engano. Na face de um cabrão equivale. E não há hora nem lugar para mases, poréns, ou por favores: é o nosso próprio ar, a nossa utopia, o nosso sonho, o nosso desejo de platános, de platonia, de fantasia que está em jogo e garanto-vos, porque sei, que quando o mundo todo se consumir em realismo, kaput. Estou inconsolável.

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