terça-feira, fevereiro 01, 2005

Nos olhos

No outro dia estive com eles os dois. Nasceram da mesma árvore, uma árvore que já não conta na floresta dos vivos. Iam atrás no carro mas estavam à minha frente, não conseguia deixar de os olhar. Ele principalmente. Catorze anos. Um olhar tímido, receoso. Não conseguia olhar de frente. Olhei-o nos olhos. Fiquei ali, à espera dos seus. Que vieram. Demoraram o tempo que tinham de demorar mas vieram. Senti-me vivo, ali, no meio daqueles olhos.

2 comentários:

Anónimo disse...

quinze... o tempo passa depressa, ainda ontem tinha dez e não sabia fazer contas de "mais" e de "menos"

Anónimo disse...

Ontem estive contigo a estudar matemática. Esse terrível monstro que nos atormenta toda a vida... ao princípio não percebias porque tinhas de somar primeiro o que estava entre parênteses. Depois começaste a descobrir, pouco a pouco, o segredo daquelas fórmulas malucas... Perguntei, se a L. tem 237 laranjas, come 67 e oferece 39 à P., com quantas fica? Riste-te, respondeste certo e pediste para seres tu a inventar o próximo problema.

O C. tinha 486 bolas de futebol. O segurança tirou-lhe 49, 23 foram parar ao jardim da vizinha. Com quantas ficou o pobre coitado?!?!

Não te quero perder nunca! É essa a única fórmula mágica que quero saber resolver o resto da minha vida.