

Venho de A Costa dos Murmúrios. Filme que fica gravado como impressas ficam as imagens de uma terra africana onde estivémos enquanto país. É um lugar comum dizê-lo, há uma grande falta de filmes que reflictam sobre a nossa presença em África. O que é curioso e simultaneamente interessante, é que esta África colonial nos chegue pelos olhos de duas mulheres, que nos são dadas pela Beatriz Batarda e pela Mónica Calle. A Costa dos Murmúrios, decomposta nas suas partes, e excepção para a imagem, haveria de andar pela mediania simpática. Não tem um grande argumento. Não tem grandes interpretações. Não tem um grande orçamento. Não tem um grande som. Mas transforma-se, graças ao rigor dos actores, à solidez do argumento, aos temas que ousa, num grande (e belo) filme.