quarta-feira, agosto 31, 2005

Ratoeira

Um dia, quando comecei o blogue pensei que ía ter um espaço para reflectir sobre as experiências de animação sócio cultural. Sempre me irritou a falta de reflexão nisto tudo. Como se se esgotasse em nós a vida que tentámos. Caí no logro, na armadilha. Já não sei ser pensamento. Só sei ser tédio. E ser tédio não é de nenhuma solidão. Gostava de perceber onde é que este mundo deixou de ser chão arável. Campo de batalha. Festa. Pagamos um preço demasiado caro por coisas que não têm importância nenhuma. Operário letrado. Posso ver o nascer e o pôr do sol numa das cidades mais bonitas do mundo. Mas para isso, tive de pagar um preço muito caro: apequenar a minha cabeça até que ela consiga tornar o mundo do tamanho da minha cidade. Não estava ainda tudo completo no sofrimento, faltava a pincelada final: não sentir a própria desgraça.

1 comentário:

Anónimo disse...

O seu pensamento está atado num nó: amor, frustração, idealismo, sensação de perda permanente, nostalgia de um tempo que é anterior a si, e como refere, sofrimento.
É isto que se transforma em tédio, até ao ponto de nada sentir.
Percebo que gostaria se sentir útil.
Não deveria apequenar-se ao tamanho da sua cidade, mas antes alargar-se ao tamanho do mundo.