sexta-feira, agosto 25, 2006
A costureirinha do meu pai
Um dia o meu pai começou a escrever um livro que nunca acabou. Chamava-se Linha Quebrada e nele contava a história de Roberto, um rapaz que se fizera padre quando apenas tinha desejado fazer-se homem. Num dos capitulos descreviam-se os longos passeios de Roberto pela mata contíngua ao Seminário, acompanhado por outro seminarista. Juro, nenhum deles falava de Deus. Falavam daquela costureirinha cuja casa ficava na empena de um caminho que se alongava todos os dias para a cumprimentar. Lembro-me disso enquanto ouço, do outro lado da porta do meu cubículo, as vozes e as histórias das costureiras que confeccionam o guarda-roupa da ópera das Bodas de Fígaro. É sexta-feira e são elas, entre risinhos e risadas, que me trazem a realidade ao meu dia.
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