terça-feira, janeiro 30, 2007

Guardar uma mulher

Nos dias a seguir eu sou do amor. São muitos dias e são assim: depois dela se evaporar da minha língua, dos meus lábios, da minha boca, adio o mais que posso o desaparecimento do seu cheiro dos meus dedos, indicador e polegar. É lá que a guardo. Por vezes, no meio de uma reunião, de um trabalho, de um passeio, sinto que me falta. Levo então ligeiramente os dedos às narinas e sou outra vez uma criança. Não há perfume nenhum que apague o odor do sexo de uma mulher. É aí que o mundo, o nosso mundo de homens e mulheres, começou. Hoje quando estava no balcão do café, levantei a mão e levei os dedos novamente às minhas narinas. Ao meu lado estava um outro macho. Foi um breve momento. Mas eu senti que ele sentiu o cheiro que estava no ar. Coloquei as luvas e sai, meio atabalhoadamente, para o meio da rua. Aquele cheiro era só meu.

3 comentários:

IPQ disse...

:)

sete e pico disse...

bonito!

Cristina Gomes da Silva disse...

que falta lhe deve fazer essa mulher!