quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Obrigado, professor Marcelo!

Já não voto. Chateei-me com a pergunta. E não me venham com essa de que não há perguntas indiscretas, que as respostas é que o podem ser. É uma treta. A pergunta está mal feita. Aquilo não é bem uma interrogação, é uma afirmação. Os tipos estão a aldrabar-nos. Os gajos estão a perguntar-nos se nós somos a favor da despenalização da interrupção voluntária da gravidez se for feita até às dez semanas em estabelecimento de saúde autorizado para o efeito, mas o que os gajos querem mesmo saber é se podem aumentar o tabaco, a bica, o pastel de nata, a electricidade, a televisão. Só quem é cego é que não vê. Eu se fosse para libertar as mulheres até o fazia mas os gajos estão a aproveitar-se do sofrimento delas para nos quererem obrigar a assinar de cruz em tudo o que querem fazer. Um cheque em branco é o que os malandros nos estão a a pedir. Só de pensar que ia ter de sair de casa, apanhar o barco, a camioneta, enfiar-me no pavilhão da Escola para responder a uma pergunta errada, mal intencionada, está-me a dar uma agonia. Eu já de si sou contra aqueles tipos e tipas que fazem muitas perguntas, agora isto parece-me demais. Não vou responder. Não têm nada a ver com aquilo que eu acho. O pensamento é secreto, porra! Não têm nada a ver com isso!

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