terça-feira, fevereiro 27, 2007
A telefonia sem fios
Gosto da rádio. Gosto de ser voz e desta ir onde o corpo não consegue imaginar. Há muito que não ìa a um estúdio. Sabe-me bem aquele espaço em restrição. A luz vermelha de No ar. Gosto das vozes timbradas dos locutores, dos jornalistas. Há muitos anos tive algumas aventuras em Leiria, em duas rádios piratas. Muitas vezes sonhei em caminhar na noite, soltando conversas com espectadores adormecidos pela letargia do quotidiano. O meu sonho irrealizável é a rádio.
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8 comentários:
Irrealizável? Ora essa!
sabes, um blog é o que conheço de mais parecido com a rádio. e eu diria para melhor. se arrancares com a música vês logo isso.
irrealizável? achas mesmo noddy? parece-me que temos aí um projecto pendente à espera que lhe metas força...
Partilho o mesmo fascínio. Nos últimos 5 anos li muito sobre teoria e história da rádio, mas fascinaram-me em particular as palavras de Philip Roth quase no final do "Casei com uma comunista". Aqui fica um excerto:
"vozes vindas do nada controlando tudo por dentro, convoluções de uma história que flutua no ar e nos entra nos ouvidos para que o drama seja apreendido bem atrás dos olhos, nessa taça que é o crânio, uma taça transformada num palco, um globo sem limites, contendo inteiras criaturas como nós. Quão fundo vai a nossa audição! Pensem em tudo o que significa compreender algo que simplesmente ouvimos. A qualidade divina de ter ouvidos!" (p. 326 da edição portuguesa).
Um abraço.
A propósito, para quem tem dúvidas que a rádio pode ser "cinema", recomendo a audição da Reportagem TSF desta semana. Chama-se "Dari, Primata Como Nós" e é um excelente trabalho de Carlos Vaz Marques com montagem e cuidados de som de Alexandrina Guerreiro (dois dos melhores do ofício). Repete na madrugada seguinte, depois da 1h e domingo, depois das 10 da manhã.
Em relação à "propaganda" anterior (desculpa lá, ó jpn!), falta dizer que a primeira emissão do trabalho é sexta, depois das notícias das 19h.
óptima dica, J. Já tinha ouvido a publicidade na TSF e não me apetece nada perder. Sou fã confessa do Carlos Vaz Marques, quando estaciono o carro e ainda está a dar o programa dele fico à espera da publicidade para vir a correr para casa ouvir o resto.
Escolhe sempre temas interessantes, faz as perguntas para as quais me apetece ouvir as respostas, com inteligência, ponderação e sensibilidade. Mais houvesse.
Bom dia!
Rui Silvares, és tu? Daqui uma antiga aluna , Rita Guerra, lembras-te? já lá vão uns anos, já estou licenciada em escultura! Se precisares de alguem para trabalhar em cenografia, por favor contacta-me. Mas o grande objectivo deste «olá» não era cravar trabalho, mas sim enviar um grande e sincero abraço!
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