domingo, abril 29, 2007

Romance

Escrevi o meu primeiro e único romance dos catorze aos quinze anos. Escrevi-o à mão, naqueles cadernos sebenta que tinhamos dantes, com capa grossa azul e verde, conforme fossem de linhas, de desenho ou quadriculado. Mostrei-o ao apicultor, que me mostrou um conto de natal que tinha escrito. Desse amontoado de folhas só restarão cinzas e essas, onde já lá vão. Nunca mais me abalancei ao género. Timidez, humildade, sentido das minhas limitações, de tudo um pouco. Uma vez comecei também a escrever uma novela. E escrevi Geraldo Carne e Osso em história corrida, depois de o ter escrito em teatro. Tenho também um conto, um único conto, escrito há muitos anos. No entanto há cinco ou seis anos comecei a escrever uma história sobre a minha geração dos Olivais. Já tinha título e até, princípio de enredo. Comecei-o e terminei-o logo ali às primeiras páginas. Agora voltei a pensar nele. talvez o vá buscar lá acima, à arrecadação e comece de novo a escrevê-lo. Os Olivais, os que lá vivemos, as vidas que projectámos, tudo isso merece uma história. Ainda não me sinto com maturidade para a contar mas é sempre assim, começo primeiro pela vontade.

1 comentário:

sweety disse...

de animador a escritor é um pulinho, e depois um animador é também um escritor, e um escritor um animador, só que anima mais precisamente com letras, porque as ideias já lá andam sempre, as do animador, seja em teatro, ou em animação-sócio-cultural(e isso pode ser tanta coisa!) e realmente o que importa é a vontade, e é só isso que tem mesmo importância. e está na altura de definires o que tem realmente importância na tua vida. porque nem sempre o soldo ao fim do mês merece o sacríficio aos deuses, desta vida que apenas conhecemos como uma, e que tão pouca nos pode ser dada a viver. o risco é uma aventura, mas se não nos metemos em aventuras o que é que andamos aqui a fazer? não te fiques só pela vontade. dá o segundo passo.