"Quero ver um Cristo ateu a blasfemar em grego como um marinheiro dançando entre as panças rubicundas sem os anjos moles do cristianismo de rendas 1 1 quero ver esse primeiro deus ateu a entrar nos templos de consumo a correr com os padrecas dos impostos e dos telemóveis e com os outros de sotaina à paisana 1 1 quero ver esse Cristo Viriato de Pentelho à Vista a incendiar o E$pírito Santo na terra da procissão timorata e da Virgem Velha e Usada 1
1 quero vê-lo a entrar no telejornal e a perturbar a missa do futebol pouco me importa que seja careca e tenha a língua torta e asas de escaravelho e cague na pátria 1 1 quero vê-lo a mijar na República e a mostrar que nunca houve um Crucifixo a não ser na cabeça podre dos que querem submissos 1 1 e a dizer que não há messias nunca houve há só pássaros raiva pura desejo nevoeiro e maresia."
XTOS ANARKIKOS, de Miguel Drummond de Castro. Privilégios do poeta, da poesia.1
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