sexta-feira, maio 04, 2007
Carmona desafia Marques Mendes
Eu não sei o que é o jornalismo de referência, o jornalismo tablóide e não tenho gostado por aí além daquilo a que por se vem chamando o jornalismo do Marcelino. E ainda bem que não sou especialista dos média porque senão os meus vatícinios íam ser muito pesarosos para o senhor Oliveira. É que eu não acredito no supremo mal. Acredito nele a conta-gotas, aos pingos, chuva-molha-tolos, mas para andar cá todos os dias preciso de descrer no reino de Satanás. Assim, um dia ainda espero subir ao Café-Paraíso e colocar ao lado do café e do pastel de nata um jornal a sério, com notícias a sério, e onde me contem a história de um homem que foi engordando, engordando com o país do futebol, com histórias incríveis sobre trapalhadas imensas nos direitos das transmissões televisivas, nos seus negócios, e que depois rebentou, rebentou, como tudo o que incha para além das suas próprias possibilidades de estiramento. Mas esse dia está muito longe, mesmo na minha imaginação. E entretanto eu acho que o seu jornal, o jornal do senhor Oliveira, vai vender mais alguns exemplares na sua guerra do Público. Não é que tenha mais notícias. Ou melhores. É que tem títulos a sério. Carmona desafia Marques Mendes é um título de um jornal, enquanto que Carmona recusa-se a sair e tenta resistir à realização de eleições, é qualquer coisa colocada no lugar do título. É por isso que, mesmo em dia de colecção de discos, começo a ler o Público na banca de jornais, emprestando-lhe os títulos do DN.
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